Tenho andado silenciosa por aqui….

Talvez porque a sentir-me em fase crisálida (= ”coisa latente ou em preparação” de acordo com a definição do sentido figurado da palavra que fui procurar na Infopédia), fase na qual,

Apesar de me fazer “perder a noção do tempo” (no bom sentido de me sentir uma “criança a brincar a uma coisa de que gosta muito”) escrever e partilhar sobre temas técnicos em áreas que me fascinam pelo seu potencial (direito aduaneiro, IVA e temas conexos relevantes em comércio internacional),

Tenho sentido necessidade de, em paralelo, processar outro tipo de temas, designadamente no que se refere ao meu posicionamento perante os mesmos e questionamento quanto ao que quero e desejo quanto à minha identidade perante novos (e tão estimulantes) desafios.

Refiro-me ao que tem sido o desafio de conciliar a vertente técnica, aplicada no dia-a-dia, de legislação, normas, regras e orientações quanto a “melhores práticas” internacionais, com as múltiplas vertentes que uma função também de gestão (de área e de equipas) tem implícitas.

Não é um desafio “simples” no sentido de que gosto imenso das duas vertentes mas, inevitavelmente, desde logo a gestão de recursos escassos como tempo, disponibilidade mental e energia, implica que me vá desafiando a perceber de que forma posso manter a conciliação de ambas as vertentes,

  • A técnica, mesmo se focada no ter tempo para pensar, identificar oportunidades e/ou necessidades, estruturar, prioritizar, delegar e acompanhar, mas que é já uma parte que sinto indissociável de mim (o ter oportunidade de “pensar, debater e colaborar no aplicar” a “tecnicidade” implícita à área em que me encontro),
  • A de gestão – de área e de equipas – que solicita cada vez mais de mim e que sinto estar a desafiar-me a (re)pensar-me e (re)descobrir-me.

Por isso, e “hoje”, a partilha manter-se-á ainda não “técnica”, e fazendo uso de algo que publiquei noutras redes (que habitualmente utilizo para partilhas mais pessoais), por constatar o que já sabia e tenho bem presente: que nenhum profissional se consegue dissociar do facto de ser, sempre e também, humano.

E que – outra grande convicção que tenho e que se tem vindo a tornar cada vez mais presente – a de que o sucesso de um profissional se potencia tanto mais quanto maior o alinhamento entre o quem “É” na vertente humana e o quem “É” na vertente profissional.

E, por último, talvez também porque a reflexão que dei por mim a fazer ontem, numa “simples e descontraída” partida de bowling, me demonstrou o quanto, de facto, tenho “latente ou em preparação” em mim.

Mas vamos lá então…Ontem foi noite de programa de bowling. Mas também de uma experiência que me deixou, primeiro a pensar, depois curiosa, seguindo-se o “estar atenta e testar” e, por fim, concluir. E a que me refiro?

🎳 Já me tinha dado conta de que a velocidade a que habitualmente lanço a bola é baixa. Mas baixa comparada com o quê?

🎳 Baixa quando comparada com a velocidade que observo à minha volta ser a “mais normal”.

🎳 E a comparação com o que observo faz-me questionar se não poderei ser mais eficaz utilizando a mesma estratégia: lançar a bola com mais “potência”…

🎳 E lá decido então testar, na jogada seguinte, dar mais balanço no lançamento da bola, procurando simultaneamente afinar ainda mais a posição da bola e a aderência dos dedos à mesma. Para ficar tudo no máximo de “precisão e alinhamento, além de potência”.

🎳 E lanço a bola, concluindo, depois, que talvez não tenha sido, ainda, com a velocidade “certa”, perante um resultado que não só não foi melhor do que os anteriores, como ainda conseguiu ser pior…

🎳 Mas logo penso: talvez porque não tenha acertado na posição certa da bola, a que melhor se ajuste a uma velocidade de lançamento mais elevada. E volto a tentar, uma e outra vez. Até que…

🎳 As evidências de resultados que dão vantagem ao meu comparsa de jogo começam a “gritar-me” que talvez não seja má ideia voltar à “fórmula original”:

🎳 A de lançar como Gabriela (focada na precisão e intenção do lançamento, e com uma suavidade e “tranquilidade” ao lançar e projetar a bola).

🎳 E não como assumi ser a “potencial melhor forma” de lançar (simplesmente porque a que observava poder ser a mais utilizada à minha volta).

🎳 E assim fiz: esqueci o procurar fazer como o que julgava “melhor” por comparação e voltei à “fórmula original”: lançar não a “baixa” velocidade mas à “minha” velocidade:

🎳 Aquela que com a minha particular combinação de factores – os que são meus e característicos, incluindo o ser canhota – me permitia, com um elevado nível de precisão e eficácia, atingir o que tinha focado como intenção e alvo 🎯.

Concluindo estar perante uma bela metáfora para a Vida, seja na vertente pessoal, seja na vertente profissional. Ser quem Somos permite sempre revelar os melhores resultados.

Aliás, é bom mantermos presente que, em cada momento, foi através do Ser quem Somos que chegamos onde estamos e que essa é a fórmula para garantirmos – pelo menos no que é a “nossa parte” da equação – que temos, estamos e somos aquilo que desejamos.

Foi, sem dúvida, uma fantástica e reveladora partida de bowling e, by the way, acabei por ganhar a partida, mas mais do que isso (que, no final, não era o mais importante), acabei a ganhar muito mais clarividência…

 

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