Já há algum tempo que não “vinha aqui” partilhar algo.
Não que não seja sempre o “tanto” que me “passa pelas mãos e pensamento” que me inspira à partilha.
Talvez “apenas” porque, por vezes, quando os focos que requerem a nossa atenção se diversificam, torna-se potencialmente mais desafiante decidir quanto ao que faz sentido partilhar “hoje”.
De facto, muito tem sido o foco da minha atenção, num contexto que me tem “desafiado” a um revisitar do quem sou enquanto Profissional, nunca desligada do quem sou no plano de Ser Pessoa e (claramente) humana.
E tem sido muito bom, apesar de todas as “dúvidas e inseguranças” – arriscaria mesmo até concluir que, precisamente pela presença das mesmas – sobre se estarei a ser capaz de construir, mesmo se passo a passo, a Identidade de Liderança com a qual mais me identifico, no sentido de representar os valores e propósitos nos quais acredito.
E como “nada ao acaso”, acabou por ser uma “escolha natural e fluida” para um curto período de férias, um livro que, apesar de “já lá irem” (as férias), ainda não acabei de ler.
Não porque não tenha sido uma escolha acertada, mas sim porque, ao ter resultado numa escolha que tantos insights e informação úteis e tão ajustados aos meus desafios atuais que me tem proporcionado, me tem também “pedido” tempo adequado para maturação, processamento e assimilação em cada capítulo que termino.
“Quando o aluno está pronto, o mestre aparece” é um ditado que me tem vindo frequentemente à memória,
Ao sentir que “assim foi” com este livro que comprei já em setembro de 2024 numa aterragem de emergência no aeroporto de Gatwick devido a uma emergência médica com um passageiro a bordo (que nos valeu, aos demais passageiros, uma escala de algumas horas, a mim dois novos livros com grande potencial e, ao passageiro afetado, o ter os cuidados médicos de que necessitava),
Mas que ficou “a marinar” na prateleira dos “livros a ler” até “eu estar pronta” para receber e “melhor entender o valor e sentido” do conteúdo do mesmo.
A que livro me refiro, afinal? Ao Hidden Potential de Adam Grant.
E tem sido uma colaboração muito rica em conteúdo porque não só “aponta caminhos” para estratégias que, os dados e exemplos da “vida real” (e bem inspiradores) também partilhados, demonstram como tendo um grande potencial, não só para que, em cada dia, sejamos capazes de evoluir para mais “completas” versões de nós (não deixando de preservar a nossa Identidade),
Mas também para que, como líderes, possamos ser agentes facilitadores na (auto) descoberta e consequente manifestação por/em cada membro das nossas equipas do seu “potencial escondido”: aquele que é o potencial individual que só o próprio que o detém poderá ser capaz de (ousar) manifestar.
No “corre corre” dos múltiplos papéis que tenho sido chamada a assumir,
Além da vertente analítica e técnica – na qual me sinto “em casa”- na abordagem a temas de âmbito aduaneiro e conexos, seja num plano de Governance, seja num plano mais operacional,
Tenho-me sentido desafiada a (re)calibrar o quanto:
- Devo eu intervir e assegurar – porque tenho os conhecimentos e competências necessárias para percorrer o caminho até à solução e, porque, e afinal, sinto que nunca deixarei de conseguir também executar numa espécie de “trabalho autoral”;
- Devo delegar e, assim, contribuir para que outros “trilhem” caminhos e evoluam no caminho da autoconfiança de que também são capazes;
- Devo simplesmente abster-me de intervir, porque, estando o trabalho de recrutar, formar, suportar, guiar e orientar, “bem feito”, conseguimos tornar-nos “não necessários” nuns planos que passam a estar (bem ou melhor) assegurados e, consequentemente, libertar-nos para outros planos que requerem aquela que só pode ser a nossa atenção e contributo;
- Devo, então, “libertar de tempo” para pensar, desenhar, planear, testar e estar, nos “sapatos” de alguém que deseja dar o melhor de si – e o que é meu e característico – para conseguir inspirar outros a “descobrirem e ousarem manifestar” os seus “talentos escondidos” e, como “efeito colateral bem positivo”, continuar eu a descobrir e manifestar os meus próprios talentos.
O desafio de, continuamente, me auto questionar sobre se estarei “hoje” a fazer um bom trabalho no campo da “liderança”,
Desde logo se, o que estou a ser capaz de “manifestar” nesse “papel”, é algo que eu, com o meu elevado nível de (auto) exigência, considere “digno” de receber a “chancela de Ser Líder”,
Tem estado bem presente e não deixando de gerar “desconforto” (e motivação extra) quando a resposta é a de que “sinto que poderia ter feito/reagido/lidado” melhor com aquela situação, com aquela pessoa,…
E este livro tem sido um bom “mentor” desde logo porque me tem facilitado:
- “Respostas” às dúvidas sobre a eficácia quanto ao que tenho identificado como “estratégias, decisões, abordagens” que a mim me fazem o sentido
- Ideias quanto a temas como,
– Aceitar a (minha) “imperfeição” e o “desconforto”
– Estruturas de motivação (“scaffolding to overcome obstacles”)
– Habilidades de carácter (“getting better at getting better”):
“After studying the character skills that unleash hidden potential, I’ve identified specific forms of proactivity, determination, and discipline that matter. Travelling great distances required courage to seek out the right kinds of discomfort, the capacity to absorb the right information and the will to accept the right imperfections”
– Procura de feedback:
“Instead of seeking feedback, you’re better off asking for advice. Feedback tend to focus on how well you did last time. Advice shifts attention to how you can do better next time. In experiments, that simple shift is enough to elicit more specific suggestions and more constructive input. Rather than dwelling on what you did wrong, advice guide you toward what you can do right.”
“A key to being a sponge is determining what information to absorb versus what to filter out. It’s a question of which coaches to trust. I like to break trustworthiness down int three components: care, credibility and familiarity.
Which sources to trust:
Care – wants what’s the best for you
Credibility – has relevant expertise
Familiarity – knows you well
Care + Credibility – might not apply to you
Credibility + Care – might not be trying to help you
Care + Familiarity – might be wrong
Care + Credibility + Familiarity – mine this for gold”
– Despertar a inteligência coletiva nas equipas:
“Maximizing group intelligence is about more than enlisting individual experts – and it involved more than merely bringing people together to solve a problem.
Unlocking the hidden potential in groups required leadership practices, team processes, and systems that harness the capabilities and contributions of all their members. The best teams aren’t the ones with the best thinkers. They’re the teams that unearth and use the best thinking from everyone”
Many brains make light work:
“When we’re confronting a vexing problem, we often gather a group to brainstorm. We’re looking to get the best ideas as quickly as possible. I love seeing it happen…except for one tiny wrinkle. Brainstorming usually backfires.
In brainstorming meetings, many good ideas are lost – and few are gained. Extensive evidence shows that when we generate ideas together, we fail to maximize collective intelligence. Brainstorming groups fall so far short of their potential that we get more ideas – and better ideas – if we all work alone.
The problem isn’t meetings themselves – it’s how we run them. Think about the brainstorming sessions you’ve attended. You’ve probably seen people bite their tongues due to ego threat (I don’t want to look stupid), noise (we can’t all talk at once), and conformity pressure (Iet’s all jump on the boss’s bandwagon!). Goodbye diversity of thought, hello groupthink…
To unearth the hidden potential in teams, instead of brainstorming, we’re better off shifting to a process called brainwriting. The initial steps are solo.
You start by asking everyone to generate ideas separately.
Next, you pool them and share them anonymously among the group. To preserve independent judgement, each member evaluates them on their own.
Only then the team come together to select and refine the most promising options.
By developing and assessing ideas individually before choosing and elaborating them, teams can surface and advance possibilities that might not get attention otherwise.”
– Entre capítulos, ou mesmo dentro de um mesmo capítulo, momentos de assimilação, reflexão e questionamento, ainda com algumas respostas ainda em aberto para “processar”.
Sinto como se estivesse a fazer um “curso intensivo” no que no livro é referido como a “ciência de alcançar coisas maiores” e que muito me tem mantido bem interessada e motivada.
Afinal, haverá desafio e estímulo maiores do que,
Não só mantermos essa busca de uma vida, no procurarmos ser “hoje” versões mais completas no que somos capazes de manifestar, do que eramos “ontem,
Como sermos capazes de facilitar a outros essa experiência?
E, por isso, “hoje”, foi o que senti vontade de trazer a este momento de partilha, na expetativa de que possa, também desta forma, motivar e inspirar.