Esta semana li algo que, não conseguindo já reproduzir de forma exata, transmitia a seguinte ideia: a de que um verdadeiro líder não procura ativamente demonstrar as suas aptidões e valências, mas mais ajudar os outros a descobrirem e manifestarem as suas.
E deixou-me a pensar….Sim, no quão poderosa esta ideia pode ser quando no que, de facto, fará sentido ser o papel de um líder. E, em simultâneo, o quanto implica que um conjunto de ingredientes chave estejam presentes para que se possa concretizar na prática.
Senão, vejamos:
- O líder é também, e antes demais, um ser humano, numa maioria de casos também liderado – ou seja, confronta-se com as suas próprias necessidades, aspirações, condicionamentos e crenças;
- Estando integrado numa organização e estrutura hierárquica, poderá – fruto do seu contexto pessoal e profissional – projetar para as pessoas que lidera em função do que recebe;
- Quanto maior a dimensão da equipa liderada, maior o desafio de conseguir “chegar a todos e a cada um” para que, em conjunto com quem esteja “mais próximo e no terreno”,
- Possa conhecer o essencial, especial e único de cada elemento da equipa para poder, então sim,
- Identificar que “instrumento e harmonias” poderá cada um manifestar na contribuição para a equipa e organização e, a partir daí,
- Inspirar cada um a manifestar-se, ousar, superar-se, tentar, errar, voltar a tentar, acertar, aceitar e acolher também os dias “menos bons”, celebrar e partilhar os sucessos,
- E, assim, contribuir para que cada dia acrescente a cada um, nos planos da autorrealização e desenvolvimento pessoal e profissional.
Na formação de coaching profissional que tive oportunidade de frequentar , um dos muitos valiosos conteúdos abordados versava sobre o facto de que, por trás de tudo o que fazemos (ou não fazemos…) há uma orientação – numa maioria das vezes a um nível subconsciente – para a satisfação de uma ou várias das seguintes necessidades:
- Experiência/Novidade
- Importância/Reconhecimento
- Segurança/Conhecimento
- Ligação/Pertença.
Dispor desta informação e procurar, antes demais, observar os nossos comportamentos – auto coaching sempre e em primeiro lugar (assim aprendi e interiorizei como fazendo TODO O SENTIDO) – e, naqueles que nos dificultem alcançar os objetivos a que nos tenhamos proposto, como seja o de liderar inspirando pessoas a aproximarem-se, em cada dia, de uma melhor versão de si mesmas, enquanto Pessoas e Profissionais, é uma ferramenta poderosíssima para quebrar “pilotos automáticos”.
E lembrei-me deste conteúdo a respeito do papel do líder que atua mais como “facilitador e potenciador” e dos ingredientes chave que deverão estar presentes para que tal possa, de facto e consistentemente, suceder.
E se, além da necessidade de “presença” de características e perfil de liderança,
Não estiverem bem “iluminadas, esclarecidas e nutridas de forma ecológica” necessidades como a da “importância/reconhecimento” ou de “segurança/conhecimento”,
Quem lidera poderá, mesmo sem intenção consciente, acabar por se focar mais em si do que nos outros…
Em vez de potenciar um terreno fértil e seguro para, “indo na frente do pelotão” inspirar cada um a encontrar o caminho e meios que mais se ajustem às suas características próprias, para que TODOS, possam chegar às metas estabelecidas,
Mas sem que percam “identidade” nem as oportunidades que, pelo caminho, se apresentem para que, cada um, possa contribuir com o valor intrínseco das ferramentas únicas que traga na sua “bagagem pessoal” e que, sempre que até desconhecidas pelos próprios como “disponíveis na bagagem”, possa o líder ajudar e contribuir para que sejam trazidas à luz da consciência e, testadas, experimentadas e utilizadas.
Em conclusão, diria ser uma bela intenção a formular por quem assuma papéis de liderança a de inspirar e ajudar pessoas a descobrirem e manifestarem o seu potencial único, com a certeza de que o papel de líder se terá cumprido tanto mais quantos os talentos descobertos e potenciados nas equipas lideradas.