No meu contexto profissional atual tem-se tornado (ainda mais) claro o estilo de liderança que me caracteriza.

Nem “melhor, nem pior” do que outros estilos, simplesmente aquele com que mais me identifico.

De facto, o meu “GPS” para orientar, guiar e motivar passa por “meter as mãos na massa” sempre que necessário.

Simplesmente porque sinto que não consigo verdadeiramente “acrescentar”, definir uma linha possível de atuação, exploração, construção ou, simplesmente, identificar as questões certas a colocar, se não conhecer minimamente o “terreno” que constitui o âmbito de atuação da equipa e, consequentemente, aquele pelo qual sou responsável.

Talvez porque, é um facto, não me custa assim tanto entrar o suficiente no detalhe para melhor poder orientar e suportar.

Porque gosto mesmo de aprender, seja na vertente técnica, seja no conhecimento da realidade que temos oportunidade de moldar, aperfeiçoar e, nalguns casos, até transformar.

Mas também porque, não conhecendo o “terreno”, por um lado, e a tecnicidade sempre implícita às áreas que trabalhamos, diria que não consigo dar “de mim” o meu máximo potencial,

O qual identifico como passando não só pelo “liderar, motivar e formar”,

Mas também por “ir à frente no terreno” sempre que necessário, para mostrar os possíveis caminhos,

Não tendo que os percorrer até ao fim, ou até chegar a “becos sem saída” ou à “meta”,

Mas apenas o suficiente para mostrar as várias perspetivas e abordagens possíveis, partilhando e mostrando o entusiasmo do processo “criativo”, que sempre está implícito à aplicação de conceitos teóricos a realidades práticas e concretas.

Claro que há um possível “reverso da medalha” num contexto cultural que ainda tem muito enraizado que quem lidera tem que se manter “acima”, apenas num plano estratégico, o que implica não “descer” ao terreno: o risco de se achar que somos “menos líderes”.

Mas eu continuo a entender o contrário, até pelos exemplos de liderança que sempre mais me motivaram, fascinaram e acrescentaram:

  • Que um líder que sabe do que fala e que conhece a realidade, os desafios e as dificuldades reais do terreno, acaba por integrar a equipa que lidera no sentido de ser reconhecido como alguém que, quando “aparece”, verdadeiramente acrescenta, facilita e ajuda a descomplicar e a desbloquear,
  • E que, por outro lado, um “líder” que entende não fazer sentido entrar de todo no “detalhe”, mesmo quando a equipa o sinaliza como útil, acaba não raras vezes a sugerir ou “ditar” soluções que lhe parecem “óbvias”, mas que acabam mais a complicar e a bloquear do que a facilitar.

Ou não fosse tão verdade que o conhecimento e experiência “na primeira pessoa” são, também, fatores chave de sucesso para um aconselhamento eficaz nestas áreas em que trabalhamos.

Uma vez alguém me disse “quando tiveres um tempo livre, podias sentar-te comigo e partilhar o que sabes sobre IVA e Aduaneiro em operações de comércio internacional”.

Posso sim, pensei eu, mas vai levar “algum” tempo…

O equivalente a todos os anos de estudo, conhecimento e prática no dia-a-dia que me permitem fazer o que mais gosto:

“Moldar como plasticina” conhecimentos e conceitos teóricos na produção de soluções práticas adaptadas a contextos reais, já com um razoável conhecimento do que poderá funcionar melhor ou pior, mesmo quando, no plano concetual, uma dada solução parecesse a “perfeita”.

Porque nada substitui os “kms percorridos em vários terrenos” na criação de um “GPS” bem rico em histórico de “rotas, becos sem saída, caminhos alternativos e metas”.

 

     

     

     

     

     

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