Uma função tipicamente “aduaneira” – que eu “gosto” mais de designar por “gestão aduaneira, IVA e comércio internacional” – ou não existe inhouse ou, se existe, está tipicamente enquadrada na área logística porque associada a “fluxos de mercadorias” mesmo se, e implicitamente, internacionais.

Consigo ver “prós” no enquadramento numa área de logística (internacional): desde logo a maior proximidade ao “palco das decisões e operações”, também porque a logística está tipicamente mais próxima das áreas comerciais (quem “compra e vende” nos mercados internacionais).

Mas pode trazer consigo alguns “contras” se não houver uma correta percepção do que é o âmbito real e concreto dos temas e responsabilidades que uma área “aduaneira” é chamada a trabalhar e, consequentemente, do real valor que pode aportar ao negócio.

Em concreto, se não se compreender que é uma área que, para desempenhar bem a sua função – até para a explorar no seu potencial máximo de
“acrescentar valor” – agrega em si (ou deverá agregar) áreas de conhecimento tão abrangentes quanto a aduaneira propriamente dita, mas ligando com a tributária, jurídica (compra e venda de mercadorias, incoterms, meios de pagamento, até nalgumas vertentes da contratação dos serviços de logística internacional, contencioso aduaneiro e tributário) e, também, contabilística.

E que, assim, é uma espécie de “poliglota” que consegue (ou deverá conseguir) “falar, traduzir e aplicar de forma coerente” as várias “linguagens“ desde a mais elaborada e jurídica, à mais operacional e concreta, na avaliação e junção dos vários prismas relevantes a considerar em temas de comércio internacional, que vão além da já bem e, também, abrangente logística internacional.

E que deverá ser capaz de tomar e influenciar decisões de gestão, e não só de suportar decisões, designadamente no que se refere ao seu âmbito próprio de competências e responsabilidade.

Da mesma forma que áreas ou funções como a financeira, fiscal ou legal vinculam no que é o seu âmbito próprio. Porque são
equiparadas – ou deverão ser – na qualidade de “peritos”.

E toda esta partilha porque hoje falava com uma amiga que, conhecendo as minhas áreas de formação e de especialidade me perguntava “mas tu não estás na área fiscal?”, depois de ter percebido que a função que lidero integra a área logística. O que me deixou a pensar, de novo, nos “prós e contras” dos diversos possíveis enquadramentos, quando, e de facto, na minha experiência profissional anterior, os interlocutores típicos dos clientes com quem trabalhava eram as áreas financeira e/ou fiscal.

Sendo que agora domino também, um pouco mais, o mindset próprio de uma área como a da logística, procurando “juntar e conciliar” os interesses e necessidades de todas.

 

Pin It on Pinterest

Share This