Para hoje uma partilha menos técnica e mais “pessoal”…

Quem me conhece sabe que me coloco frequentemente na posição de “eterna aprendiz” e, com isso várias coisas sucedem:

– Tenho cada vez mais claro que, por muito que já possa (achar) saber, é tanto mais o que há ainda por conhecer;

– Torna-se cada vez mais dificil fazer o que muitas vezes vejo ser feito com tanta facilidade: o aceitar “desafios” em relação aos quais tenha consciência de poder não ter as competências necessárias ou, até mesmo, não terem a ver com quem sou ou ambiciono ser em termos profissionais.

E em relação a este “capítulo” tanto haveria para dizer, em relação às “cenouras” que facilmente se colocam à frente de pessoas com menos experiência e maturidade profissional – e, com isso, também mais “permeáveis” ao registo de “yes man/woman” – que aceitam desafios para os quais falta conhecimento, skills e até “vocação”.

E, em relação aos quais, se correr bem, “mais à frente” tal vem a tornar-se evidente para ambas as partes:

– Para quem deu o “voto de confiança” não tendo devidamente avaliado o que seria necessário para o desempenho daquela função ou posição;

– E para quem aceitou algo que, no rigor dos princípios, deveria ter tido a coragem de dizer “não ser possível aceitar por muito apelativo que fosse”, mas que não diz porque:

– Ou tem uma falsa percepção de quem “é” ou “faz sentido ser” em termos profissionais (muitas vezes motivada por uma “ambição cega” e até “ingénua”);

– Ou mesmo “conhecendo-se”, entende ser um sinal de “fraqueza” ter essa coragem de o dizer e reconhecer (não deveria ser o contrário?…).

E, atenção, nada tendo a ver com o “valor pessoal e profissional” de quem aceita ou rejeita um desafio. Simplesmente estando em causa o cada um de nós estar a fazer aquilo para o que tem mais “vocação” e, com isso, mais potencial também.

Porque, por muito apelativa que seja a ideia de que todos podemos fazer tudo, que basta “passarmos por tudo”, conhecermos as várias áreas” e ter “estatuto e anos de casa”, na realidade é equivalente a dizer que numa “orquestra” todos podem tocar qualquer instrumento: basta que lhe seja dada a oportunidade….

Eu que já passei pela experiência de aprender mais do que um instrumento e, até, de tocar numa orquestra, tenho bem claro que um bom violinista não é necessariamente um bom percursionista.

E, até mais do que isso: que o facto de ter aprendido a tocar um instrumento, não me torna necessariamente apta para me sentir “peixe na água”, realizada e apta a tocá-lo e numa orquestra.

– E, por último, o que sei leva-me a, muitas vezes, não me “chegar à frente” com respostas prontas e afirmativas – naquela atitude tão reconhecida ainda na nossa cultura como a “digna de um especialista”.

E, até pelo contrário, normalmente não ter respostas imediatas para dar, mas sim questões para colocar…

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