O “exercício” de nos expormos a ser avaliados, de quando em vez, e até “fora do que se estabeleceu como normal”, é rico em aprendizagens.

Mas ao contrário do que eu poderia pensar, as maiores aprendizagens que proporciona são as “sobre nós” e não tanto em relação às matérias sobre as quais é suposto sermos avaliados.

E assim tem sido esta experiência nesta mais recente “aventura” que tem sido este curso de estágio de admissão à Ordem dos Advogados.

Curioso observar que não sou a “única” a “sentar-me de novo nos bancos da escola” e a aceitar colocar-me numa posição de “vulnerabilidade”. Porque são vários os colegas que vejo a embarcar neste desafio já “fora de tempo” – aquele que a “sociedade, os usos e os costumes” parecem ditar como uma espécie de sequência normal das coisas.

Experiências como esta relembram-nos que, de facto, não somos nunca “perfeitos, acabados, completos e superiores” e colocam-nos (de novo) naquela posição de “estarmos em pé de igualdade com os demais”.

Porque não contam ou pré-qualificam os nossos anos de experiência profissional, a nossa “posição hierárquica”, as “medalhas de mérito” ou os “votos de confiança” que tenhamos recebido e que por vezes nos “tiram os pés do chão” no sentido de poderem induzir a alguns “deslumbramentos”.

E estamos de novo “na arena” a descobrir caminhos, dificuldades, a lidar com frustrações, dúvidas (até em relação a se, desta vez seremos, capazes ).

E só nós, sem a “bagagem dos papéis assumidos” e o “conforto dos lugares conquistados”, a relembrar que,

“O crédito pertence ao homem que está de facto na arena, com o rosto desfigurado pela poeira, suor e sangue; que se esforça com valentia; que erra, que falha vezes sem conta, pois não há esforço sem erros e falhas; mas que se esforça realmente para lograr as suas ações; que conhece grande entusiasmo, grandes devoções; que se consome numca causa digna; que no melhor dos casos, conhece no final o triunfo dos grandes feitos e que, no pior dos casos, se falhar, pelo menos falha enquanto ousa ser grande…” (Theodore Roosevelt).

E no final, seja qual for o resultado, torna-nos mais humanos nas nossas relações pessoais e profissionais, com as pessoas das nossas equipas e organizações.

E, acredito, também mais inspiradores e “dignos de confiança”….

Aquela confiança e “porto seguro” que quem trabalha connosco tanto precisa para poder também “ousar errar para crescer”.

Porque sabem que os compreendemos sabendo que errar não nos “tira valor”, antes pelo contrário, aproxima-nos mais e mais do “sucesso”.

Tenho levado verdadeiras “tareias” nesta aventura, principalmente nesta reta final de preparação para a prova de agregação e nos exercícios e avaliações em “ambiente não real” a que me tenho sujeitado.

E é com grande orgulho que me vejo a “olhar para cima, quando no chão e de joelhos esmurrados”, a dizer para mim mesma que “se falhar, no pior dos casos, falho tendo já conquistado a ousadia dos que aceitam desafiar-se”!

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